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sábado, 11 de maio de 2013

Linha do tempo da linguagem de sinais LIBRAS



Em meados de 4.000 A.C, os surdos eram considerados como semideuses e como criaturas privilegiadas e protegidas pelos deuses, não lhes eram dada a educação e tinham vidas ociosas.
O filósofo Heródoto (485 - 420 A.C) considerava os surdos como aberrações e punições dos deuses, como pecadores, portanto não poderiam se comunicar de nenhuma forma humana.
Na China, os surdos por não conseguirem se comunicar eram sacrificados na festa do Agárico e oferecidos ao deus Tautates, isto por volta de 485 – 483 A.C.
Na Grécia, por volta de 480 – 425 A.C, os surdos eram considerados incapazes de pensar, questionar, relacionar-se com a sociedade, eram destinados à morte em praça pública, lançados aos leões, jogados ao abismo dos rochedos de Taygéte e lançados nas águas de Barathere.
Em Atenas, os surdos eram sacrificados em praças públicas, e até mesmo retirados dos seios familiares e assassinados na frente de pais e mães, e em Esparta, a situação não era diferente.
Por volta de 469 A.C, o filósofo Sócrates idealizou o que seria a comunicação de uma pessoa que não podia falar, seria através de gestos corporais usando-se as mãos e outras expressões.
Aristóteles já não (384 -322) desprezou toda e qualquer oportunidade dos surdos de se comunicarem, pois, segundo o pensador, os surdos não tinham alma em decorrência da ausência de som e de fala.
Segundo o Código Justiniano, em Roma, por volta de 483 – 557 D.C, já na Idade Média, os surdos eram lançados no Rio Tiger, eram considerados aberrações, desprovidos de alma, enfeitiçados, bruxos e, portanto, castigados por Deus Todo Poderoso, em consonância com as idéias aristotélicas.
No ano de 1453, o advogado e escritor Bartollo Della Marca d’Ancora inicia a comunicação dos surdos, baseado na possibilidade dos surdos se comunicarem através de “gestos”, assim como alguns animais o fazem, só que de forma mais complexa e estruturada.
Em 1500, o médico filósofo Girolamo Cardeno (1501 – 1576) afirmava que a surdez não é impedimento para desenvolver a aprendizagem e que o meio melhor dos surdos aprenderem seria através da escrita, este médico tinha um filho surdo, motivo pelo qual se interessou tanto pelas formas e variações de comunicação através da escrita e dos sinais.
Melchor de Yebra (1526 – 1586), monge franciscano, em Madri, foi o pioneiro a ter um livro publicado, em 1593. Sua obra póstuma, intitulada de “Refugium Infirmorum”, trazia, através de desenho, o alfabeto manual com vinte e oito letras.
O primeiro professor de surdos que se tem registro foi o monge beneditino de Onã, na Espanha, Pedro Ponce de Léon (1520 – 1584).
Em 1620, Juan Pablo Bonet  (1579 -1623) alfabetizou um único surdo através do uso do alfabeto dactilológico.
No ano de 1644, o médico John Bulwer10 (1614 – 1684) foi a primeira pessoa a criar técnicas e recursos de comunicação entre surdos e ouvintes.
John Wallis (1616 – 1703) não acreditava na comunicação através das mãos, difundia a oralização como única forma correta de comunicação, entretanto, usava a língua de sinais como instrumento para ensinar os surdos a falar.
Em 1680, temos os primeiros estudos desenvolvidos pelo inglês e intelectual George Dalgarmo (1626 – 1687), que estudou em Oxford, E.U.A., e seus estudos tinham referências linguísticas da língua de sinais, sendo ele tutor de um aluno surdo.
O primeiro professor a ensinar surdos através da língua de sinais viveu na França, nos meados de 1741, o professor espanhol Jacob Rodrigues Pereire12 (1715 – 1780). Tais ensinamentos eram estruturados nas normas linguísticas Francesa.
Em 1759, Charles Michel L’Epée, (1712 – 1789), foi o primeiro a estudar e disseminar os estudos gramaticais da Língua de Sinais, com estruturas semelhantes à gramática da Língua Francesa oralizada.
Em 1859, enquanto no Brasil já tínhamos nosso primeiro professor francês ensinando a Língua de Sinais Francesa a brasileiros, Eduard Huet (1822 -1882), nos E.U.A, os políticos Marace Mann (1796 – 1859) e Samuel Howe (1801 – 1876) perseguiam toda e qualquer escola na América que utilizava a língua de sinais como forma de comunicação com os surdos, proibiam e difundiam o não casamento entre surdos e, com força política, fecharam inúmeras escolas em todo o território americano, demitindo professores surdos e ouvintes que conheciam a língua de sinais. Os surdos foram removidos para institutos fechados e isolados com o propósito de ensinar-lhes a oralização.
Laura Redden19 (1840 – 1923), em decorrência da meningite, ficou surda aos 10 anos de idade, comprometendo assim sensivelmente a fala e a percepção com o mundo ouvintista, recorreu à França para aprender a Língua de Sinais Francesa, aprendeu a escrever e retornou aos E.U.A e se lançou como escritora com o pseudônimo “Howard Glyndon”, atuando no campo da literatura e do jornalismo.
A Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos – FENEIS - foi fundada em 1987, na cidade do Rio de Janeiro, com o propósito de reestruturação da antiga e extinta FENEIDA. Em 1997, foi ao ar, televisionada a inclusão do recurso Closed Caption em que ocorrem simultaneamente à escrita, na base inferior da tela, e a fala dos locutores. Em 1999, a Feneis publicou a primeira revista em defesa e difusão do uso e ensino de Libras como forma de comunicação entre surdos e para com os surdos. Logo o CEAADA – Centro Educacional ao Atendimento e Assistência ao Deficiente Auditivo “Profª Arlete Pereira Migueletti” - foi fundado em 2000 sob o decreto de criação 1.138, na cidade de Cuiabá, capital do estado de Mato Grosso, com o propósito do ensino regular às crianças, jovens e adultos surdos, além de na época desenvolver trabalhos com a formação de profissionais intérpretes da Língua Brasileira de Sinais.
Finalmente a Lei 10.436 de 24 de abril de 2002, sancionada pelo então presidente da república Fernando Henrique Cardoso, reconhece a Língua Brasileira de Sinais como forma legal de comunicação entre os surdos no âmbito social e principalmente no espaço escolar, com o apoio legal do profissional intérprete em sala de aula.


Fonte: Apostila Básica Libras, autor: Profº Anderson Simão Duarte.

PRECONCEITO E ESTEREOTIPOS NOS DIAS ATUAIS


Vivemos momentos em que a discussão sobre o preconceito está mais acentuada, as pessoas estão voltadas para esse assunto sensibilizadas por fatos ocorridos no dia a dia do país. Discutisse hoje a questão de cotas raciais nas universidades, a exclusão social dos negros, que são colocados a margem da sociedade sendo lhes furtado os direitos básicos de interação e sobrevivência entre os que se dizem da cor branca, os direitos dos homossexuais e os direitos das minorias, toda nova questão é tratada como algo de grande importância, e o são dentro da realidade dos conflitos entre camadas da sociedade que se sentem prejudicadas por violações aos seus direitos.
Conforme Luciene M. da Silva, em seu artigo: O estranhamento causado pela deficiência: preconceito e experiência
A cultura, que se converteu em mercadoria, renuncia a ser liberdade do espírito para ser um veículo da alienação e domesticação, bloqueando gradativamente o pensamento crítico que tornaria viável desvelar os sentidos da sobrevivência constantemente ameaçada e que determinam os comportamentos hostis.

Quando a cultura é transformada em mercadoria, ela perde a liberdade e transforma-se em alienação servindo para domesticar as mentes e bloquear o pensamento crítico, a perda do pensamento crítico transforma os seres humanos em pessoas guiadas e orientadas por outras mentes, a partir dessa perda do controle próprio, acontece o fenômeno da formação de massa crítica e ignara manipulada e que possui um grau de hostilidade que beira o fanatismo, essa postura fanática leva os seres humanos a uma sensação de que estão constantemente ameaçados, e faz com que haja fora da sua realidade, impondo atos de violência física, psicológica, moral e até ideológicas, formando uma sociedade extremista no que se diz respeito as diferenças.
Quando da perda do pensamento crítico, está o cidadão exposto a ideologias no qual passam a acreditar como sendo uma verdade absoluta, transformando essas idéias erradas ou certas em algo prático e aplicando-os no cotidiano, perde-se totalmente o contato com a realidade e daí vem a alienação e da mesma a formação de estereótipos.
Conforme Crochik (1997, p. 19)
O estereótipo oferece pronto o conteúdo reduzido e vazio concedido pela pseudocultura bloqueadora da possibilidade de pensar a realidade de forma dialética, como afirma Crochik (1997, p. 19): “A obrigatoriedade da certeza traz a necessidade de respostas rápidas, colocadas em esquemas anteriores, que se repetem independentemente das tarefas às quais se destina, gerando uma estereotipia nas ações e procedimentos”.

O estereótipo oferece um pensamento já pronto, sem embasamentos, cruel e que escapole a realidade, e o pensamento crítico de forma a causar prejuízo a aquele que é vítima dessa generalização pejorativa.
Estereótipo são generalizações que as pessoas fazem sobre comportamentos ou características de outros, e é um termo de origem grega. Estereótipo significa impressão sólida, e pode sobre a aparência, roupas, comportamento, cultura e etc.
Estereótipo são pressupostos sobre determinadas pessoas, muitas vezes eles acontecem sem ter conhecimento sobre grupos sociais ou características de indivíduos, como a aparência, condições financeiro, comportamento, sexualidade e etc., e é bastante confundido com preconceito, uma vez que estereótipo acaba tornando-se rótulos, muitas vezes, pejorativo e causando impacto negativo nos outros.
Estereótipo é geralmente um conceito infundado sobre algo, e é geralmente depreciativa, que as pessoas se baseiam em opiniões alheias e as tornam como verdadeiras. O Estereótipo também faz parte do racismo, xenofobia e intolerância religiosa.
Fonte digital: http://www.significados.com.br/estereotipo/ acesso em 06/04/2013, às 11h05min.
Conforme citado acima, o estereótipo é uma forma de generalizar características e comportamentos dos outros de forma pejorativa e infundada com pensamentos depreciativos, que podem levar inclusive ao racismo, xenofobia e intolerância religiosa.
Preconceito aos deficientes
O preconceito às pessoas com deficiência configura-se como um mecanismo de negação social, uma vez que suas diferenças são ressaltadas como uma falta, carência ou impossibilidade.

Fonte: Luciene M. da Silva, em seu artigo: O estranhamento causado pela deficiência: preconceito e experiência
A atual sociedade vem repetindo o que nas sociedades da antiguidade era comum, na sociedade Espartana (Grécia antiga) o bebê era avaliado por um ancião e se tivesse algum defeito era executado para que não fosse um peso a sociedade, e em muitas outras sociedades atualmente como os indígenas esta avaliação ainda é feita.
Na sociedade dita moderna, as pessoas que não tem a plenitude de suas faculdades mentais e ou físicas são de todas as formas excluídas por não serem capazes de atingir o desempenho das outras pessoas sem deficiências, o que é deficiência?
Deficiência é o termo usado para definir a ausência ou a disfunção de uma estrutura psíquica, fisiológica ou anatômica. Diz respeito à atividade exercida pela biologia da pessoa. Este conceito foi definido pela Organização Mundial de Saúde. A expressão pessoa com deficiência pode ser aplicada referindo-se a qualquer pessoa que vivencie uma deficiência continuamente.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Defici%C3%AAncia acesso dia 06/04/2013, às 11horas31minutos.
Já é de conhecimento público que o deficiente não é uma pessoa inútil à sociedade, e que se explorados os dons físicos e mentais desse ser humano com pequenas limitações, ele virá a ser muito mais útil a sociedade que o isolou do que muitas pessoas consideradas normais.
Preconceito racial
Conforme o site http://www.allaboutpopularissues.org/portuguese/preconceito-racial.htm.
O preconceito racial é uma doença insidiosa moral e social que afeta os povos e as populações de todo o mundo. É diagnosticada pela catalogação dos seus vários sintomas e manifestações que incluem o medo, a intolerância, a separação, a segregação, a discriminação e o ódio. Apesar de todos estes sintomas de preconceito racial serem manifestados, a única causa subjacente do preconceito racial é a ignorância. Historicamente, uma raça de pessoas é definida como uma população com características biológicas distintas. 

Sabemos que só existe uma raça, a raça humana, partindo daí já estariam derrubadas todas as afirmações preconceituosas que prejudicam e colocam estereótipos em pessoas que possuem todo o potencial e até superam muitos dos potenciais dos ditos “seres de cor branca”, é um dos preconceitos mais prejudiciais e maldosos praticados pelos seres humanos, lemos nos livros de histórias as atrocidades praticadas  no Brasil e mundo afora contra pessoas de outras raças ou cores. No Brasil contra os indígenas que foram massacrados e colocados sob regime de escravidão na colonização do Brasil e os negros no qual em um passado não muito distante foram trazidos com o uso da força para trabalhar em nossas lavouras de café, hoje claramente integram nossa sociedade, sendo que são maioria no nosso país, quem entre nós hoje não tem sangue de indígena ou de representantes afro descendentes correndo nas veias? O Brasil é um país rico em diversidades raciais e deveria ser o menos racista, mas infelizmente ainda lutamos por um país melhor que integre os seus representantes, a sua cultura e que leve a diversidade racial, cultural a posição que ela deve ocupar na sociedade atual e que possamos marchar para o futuro como uma nação igualitária em direitos e deveres para todos.
A inclusão de pessoas que hoje são discriminadas por uma minoria que as rotulam de forma pejorativa e maldosa, e que encontram ameaça entre esses seres humanos que a cada dia provam serem mais cidadãos do que os preconceituosos se tornou urgente, o preconceito contra todo e qualquer cidadão deve ser extinto do planeta terra, e que possamos formar uma só raça, a raça humana.

REFERÊNCIAS:
Luciene M. da Silva, em seu artigo: O estranhamento causado pela deficiência: preconceito e experiência
CROCHIK, J. Leon. Aspectos que permitem a segregação na escola Pública. In: CONSELHO REGIONAL DE PSICOLOGIA. Preconceito. Indivíduo e cultura. São Paulo: Robe, 1997.
Fonte digital: http://www.significados.com.br/estereotipo/ acesso em 06/04/2013, às 11h05min.
Fonte digital: http://pt.wikipedia.org/wiki/Defici%C3%AAncia acesso dia 06/04/2013, às 11horas31minutos

ENSAIO ACADÊMICO



INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
CEAD - CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
CURSO DE LICENCIATURA EM INFORMÁTICA





ARINDO SISTON JUNIOR
ATILA RAPHAEL




PRECONCEITO RACIAL









CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM
2013






INTRODUÇÃO
Vivemos momentos em que a discussão sobre o preconceito está mais acentuada, as pessoas estão voltadas para esse assunto sensibilizadas por fatos ocorridos no dia a dia do país. Discutisse hoje a questão de cotas raciais nas universidades, a exclusão social dos negros, que são colocados a margem da sociedade sendo lhes furtado os direitos básicos de interação e sobrevivência entre os que se dizem da cor branca, os direitos dos homossexuais e os direitos das minorias, toda nova questão é tratada como algo de grande importância, e o são dentro da realidade dos conflitos entre camadas da sociedade que se sentem prejudicadas por violações aos seus direitos.

O preconceito racial deve ser tratado de forma a criar uma cultura entre os brasileiros no sentido de respeito ao próprio, bem como mudar no sentido amplo da palavra toda uma tradição preconceituosa que vem de um passado remoto da nossa existência, o nosso País não pode mais adiar esse dilema, somos de maioria Afros descendentes, ou seja, pessoas da raça negra, que buscam dia a dia o seu lugar numa sociedade que insiste em ser extremamente negligente no que diz respeito aos direitos dos seus próprios irmãos de raça, raça humana, negando-lhes o acesso a tudo aquilo que os tire da marginalidade da sociedade produtiva, forçando-os a fazer parte da mão de obra pesada para que se mantenha o conforto dos ditos “brancos”, o Brasil não pode mais tratar os seus filhos de forma desigual, e isso será mudado por nós brasileiros.

O atual Ensaio Acadêmico aborda o assunto de Preconceito Racial em forma de citações e posterior complemento a esses pensamentos.


O QUE É PRECONCEITO RACIAL (RACISMO)?

É a convicção da existência de indivíduos com características superiores a outros pertencentes a etnias diferentes, é uma ação perversa que leva a discriminação, marginalização e à violência.



Conforme a Wikipédia,

“O racismo é a tendência” do pensamento, ou o modo de pensar, em que se dá grande importância à noção da existência de raças humanas distintas e superiores umas às outras, normalmente relacionando características físicas hereditárias a determinados traços de caráter e inteligência ou manifestações culturais. O racismo não é uma teoria científica, mas um conjunto de opiniões pré-concebidas que valorizam as diferenças biológicas entre os seres humanos, atribuindo superioridade a alguns de acordo com a matriz racial.A crença da existência de raças superiores e inferiores foram utilizadas muitas vezes para justificar a escravidão, o domínio de determinados povos por outros, os genocídios que ocorreram durante toda a história da humanidade, e ao complexo de inferioridade, diante os povos europeus. O racismo é um preconceito contra um “grupo racial”, geralmente diferente daquele a que pertence o sujeito, e, como tal, é uma atitude subjetiva gerada por uma sequência de mecanismos sociais.”

O racismo é algo antigo no mundo, o mesmo nasceu na antiguidade como fruto de diferenças de cultura entre os grupos, no qual o grupo mais organizado e melhor preparado para a guerra vencia e tomava a força nações inteiras como escravos, esses eram subjugados e várias atrocidades eram praticadas contra os conquistados com a finalidade de impedir rebeliões, povos subjugaram outros povos baseados no fato de serem superiores para conseguirem mão de obra em abundância e escrava, em outros momentos para manter controle sobre outro grupo, e a pior parte foi o genocídio de povos inteiros com a justificativa de se controlar uma raça que achavam inferior à deles.

O racismo é uma atitude gerada por um pensamento de superioridade sobre o povo ou grupo alvo desse ato destrutivo, o mesmo não tem explicação lógica. Os negros africanos eram vendidos pelos próprios irmãos de raça quando uma tribo vencia a outra, os vencedores vendiam os perdedores para os mercadores de escravos de origem européia, eram transladados em situação precária nos navios negreiros para a América, aqui no Novo Mundo eram submetidos à escravidão nas fazendas de café, fumo, cacau e gado. Após a abolição, alguns voltaram a sua terra de origem na África e outros ficaram habitando no campo nos antigos Quilombos, e uma parcela continuou trabalhando nas propriedades em uma situação um pouco melhor do que na escravidão e os que foram para as cidades acabaram sendo obrigados a morar em locais improvisados e desprovidos de qualquer estrutura para a sua sobrevida digna, esses foram então marginalizados pela sociedade.

OS INDÍGENAS TAMBÉM SÃO VÍTIMAS DO RACISMO?

Os indígenas talvez tenham sido a primeira vítima do racismo no Brasil, pois quando aqui chegaram os primeiros colonizadores, os mesmos viam os indígenas como um povo a ser evangelizado, daí começou o trabalho dos Jesuítas, no qual tentaram impor a fé cristã européia aos nativos do novo mundo, não o conseguindo os Portugueses submeteram os indígenas à escravidão, mas não lograram sucesso, diferentes dos Negros africanos os nativos fugiam ou suicidavam-se para se livrar dos maus tratos. Foi-se avançando sobre a terra dos indígenas e isolando-os em porções de terra pequenas para sua subsistência, essa expansão era praticada com muita violência e muitas vezes com o genocídio da raça que ocupavam terras de interesse dos colonizadores.

O norte do continente, hoje ocupado pelos Estados Unidos da América e a América Central também teve um desfecho, se não idêntico até pior para os indígenas do que o nosso, o genocídio de nações inteiras ocorreu sob a alegação de que não podiam conviver no mesmo local, foi usada a religião e o pensamento de que os índios assim como os negros não eram considerados seres humanos plenos, e, portanto eram tratados do jeito que os invasores queriam sem nenhuma defesa ou lei que os favorecessem.



O PRECONCEITO RACIAL HOJE

No site “Tudo Sobre Assuntos Populares” diz o seguinte:
“O preconceito racial é uma doença insidiosa moral e social que afeta os povos e as populações de todo o mundo. É diagnosticada pela catalogação dos seus vários sintomas e manifestações que incluem o medo, a intolerância, a separação, a segregação, a discriminação e o ódio. Apesar de todos estes sintomas de preconceito racial serem manifestados, a única causa subjacente do preconceito racial é a ignorância. Historicamente, uma raça de pessoas é definida como uma população com características biológicas distintas.
Enquanto todos os seres humanos pertencem à mesma espécie, Homo sapiens; as raças se distinguem umas das outras por características como: como cor e textura do cabelo, cor da pele, cor e formato dos olhos, o tamanho de partes/membros do corpo e os órgãos faciais. Embora os cientistas tenham chegado à conclusão de que essas diferenças entre os povos são superficiais e que a humanidade tem mais características em comum do que diferentes; a própria humanidade continua a ver os outros de acordo com características que são percebidas externamente.
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O preconceito racial é realmente uma doença e possui sintomas como citado na citação acima: Medo, intolerância, separação, segregação, discriminação e ódio, pois se usarmos a religião como base para o racismo, o mesmo cai por terra, pois em Atos dos Apóstolos no capítulo 17: 26 diz: “De um só fez Ele todos os povos, para que povoassem toda a terra, tendo determinado os tempos anteriores estabelecidos e os lugares exatos em que deveriam habitar”.

Se usarmos as diferenças físicas, como explicado no texto extraído no site, os cientistas já provaram que essas diferenças são superficiais e a biologia comprova que os seres humanos possuem diferenças biológicas, somente isso, mas que formam uma só raça, a raça humana.

Se usarmos a cultura como diferencial para a prática racista, os fundamentos dessa tese também caem por terra, pois a manifestação cultural está impregnada no nosso dia-a-dia, somos parte da cultura Afro, o Brasil é um país de maioria de descendentes da raça negra: A música, as religiões, a comida, as danças, arte marcial (capoeira), costumes e a alegria desse povo que tanto enriqueceu nossa nação com a sua cultura.

O preconceito racial hoje é algo que trás muitos prejuízos para os seres humanos, sabemos que herdamos muito dos negros e dos indígenas, sabemos que em cada brasileiro corre o sangue de uma dessas raças pelo seu corpo, dificilmente conseguiremos encontrar alguém que não tenha origem negra ou indígena, então porque existe o preconceito? Como já foi citado, pelo medo, intolerância, separação, segregação, discriminação e ódio de alguns que não entendem que a diferença racial só existe na cabeça deles.

O QUE PODEMOS FAZER PARA MUDAR TUDO ISSO?

“Para Moura (1994. p. 160), O racismo brasileiro [...] na sua estratégia e nas suas táticas agem sem demonstrar a sua rigidez, não aparece à luz, ambíguo, meloso, pegajoso, mas altamente eficiente nos seus objetivos. [...] não podemos ter democracia racial em um país onde não se tem plena e completa democracia social, política, econômica, social e cultural. Um país que tem na sua estrutura social vestígios do sistema escravista, com concentração fundiária e de rendas maiores do mundo [...], um país no qual a concentração de rendas exclui total ou parcialmente 80% da sua população da possibilidade de usufruir um padrão de vida descente; que tem trinta milhões de menores abandonados, carentes ou criminalizados não pode ser uma democracia racial.”

Conforme detalha Moura uma das formas de se acabar com o preconceito racial é que se tenha “plena e completa democracia social, política, econômica, social e cultural”.

Sabemos que a distribuição de renda no Brasil é uma das piores do mundo, ficamos atrás até de países mais pobres do que o nosso. Conforme reportagem de Carolina Brígido, O Globo, 23 de julho de 2010, e também publicado pelo blog: outrapoliticaemsampa em julho 25, 2010.

“O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) constatou que a América Latina  continua sendo a mais desigual do planeta. Dos 15 países do mundo nos quais a distância entre ricos e pobres é maior, 10 estão na região. O Brasil tem o terceiro pior Índice de Gini do mundo, com 0,56, empatando nessa posição com o Equador. Concentração de renda pior só é encontrada em Bolívia, Camarões e Madagascar, com 0,60; seguidos de África do Sul, Haiti e Tailândia, com 0,59. O relatório considera a renda domiciliar per capita e o último dado disponível em que era possível a comparação internacional. No caso do Brasil, porém, a desigualdade de renda caiu fortemente nos últimos anos e, em 2008, o Índice de Gini estava em 0,515. Na região, os países onde há menos desigualdade são Costa Rica, Argentina, Venezuela e Uruguai, com Gini inferior a 0,49. Na média, segundo o Pnud, o Índice de Gini da América Latina e do Caribe é 36% maior que o dos países do leste asiático e 18% maior que os da África Subsaariana.” 
Sabemos também que o acesso à educação no Brasil é difícil, sendo que faltam investimentos, escolas, professores e uma política séria dentro dessa área, o ensino fundamental ainda é um luxo para muitos, o ensino médio algo inalcançável para muitos e o ensino superior é algo quase impossível para a maioria dos candidatos de baixa renda. Temos algumas iniciativas como o ENEM, PROUNI e outros incentivos para os estudantes, mas nem todos conseguem lançar mão desses incentivos.

A educação sim é o melhor meio para combater o preconceito racial no Brasil nos dias de hoje, pois através dela formaremos pessoas com novos pensamentos e isso se tornará um ciclo virtuoso na sociedade brasileira, principalmente entre as vítimas do racismo. Bons estudantes, bons profissionais, uma maioria esmagadora de pessoas graduadas e ativas no combate ao racismo fará a diferença que precisamos para vencer esse mal que existe talvez, há milênios no nosso planeta e há cinco séculos no nosso continente e no Brasil.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
http://pt.wikipedia.org/wiki/Racismo, acesso dia 13/04/2013 às 9 horas e 40 minutos.
http://www.allaboutpopularissues.org/portuguese/preconceito-racial.htm Acesso dia 13/04/2013, às 10 horas e vinte minutos.
http://outrapolitica.wordpress.com/2010/07/25/brasil-tem-terceira-pior-distribuicao-de-renda-do-mundo/ acesso dia 13/04/2013, às 11 horas e 20 minutos.