Em
meados de 4.000 A.C, os surdos eram considerados como
semideuses e como criaturas privilegiadas e protegidas pelos deuses, não lhes
eram dada a educação e tinham vidas ociosas.
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O
filósofo Heródoto (485 - 420 A.C) considerava os surdos
como aberrações e punições dos deuses, como pecadores, portanto não poderiam
se comunicar de nenhuma forma humana.
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Na
China, os surdos por não conseguirem se comunicar eram
sacrificados na festa do Agárico e oferecidos ao deus Tautates, isto por
volta de 485 – 483 A.C.
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Na
Grécia, por volta de 480 – 425 A.C, os surdos eram
considerados incapazes de pensar, questionar, relacionar-se com a sociedade,
eram destinados à morte em praça pública, lançados aos leões, jogados ao
abismo dos rochedos de Taygéte e lançados nas águas de Barathere.
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Em Atenas, os surdos eram sacrificados em
praças públicas, e até mesmo retirados dos seios familiares e assassinados na
frente de pais e mães, e em Esparta, a situação não era diferente.
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Por
volta de 469 A.C, o filósofo Sócrates idealizou o que seria a
comunicação de uma pessoa que não podia falar, seria através de gestos
corporais usando-se as mãos e outras expressões.
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Aristóteles
já não (384 -322) desprezou toda e qualquer oportunidade dos
surdos de se comunicarem, pois, segundo o pensador, os surdos não tinham alma
em decorrência da ausência de som e de fala.
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Segundo o Código Justiniano, em Roma, por volta de 483 – 557 D.C, já na Idade Média, os surdos eram lançados no Rio
Tiger, eram considerados aberrações, desprovidos de alma, enfeitiçados,
bruxos e, portanto, castigados por Deus Todo Poderoso, em consonância com as
idéias aristotélicas.
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No
ano de 1453, o advogado e escritor Bartollo Della Marca d’Ancora inicia a comunicação dos surdos,
baseado na possibilidade dos surdos se comunicarem através de “gestos”, assim
como alguns animais o fazem, só que de forma mais complexa e estruturada.
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Em
1500, o médico filósofo Girolamo Cardeno (1501 – 1576)
afirmava que a surdez não é impedimento para desenvolver a aprendizagem e que
o meio melhor dos surdos aprenderem seria através da escrita, este médico
tinha um filho surdo, motivo pelo qual se interessou tanto pelas formas e
variações de comunicação através da escrita e dos sinais.
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Melchor
de Yebra (1526 – 1586), monge franciscano, em Madri, foi o
pioneiro a ter um livro publicado, em 1593. Sua obra póstuma, intitulada de
“Refugium Infirmorum”, trazia, através de desenho, o alfabeto manual com
vinte e oito letras.
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O primeiro professor de surdos que se tem
registro foi o monge beneditino de
Onã, na Espanha, Pedro Ponce de Léon (1520 – 1584).
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Em 1620, Juan Pablo Bonet (1579 -1623) alfabetizou um único surdo
através do uso do alfabeto dactilológico.
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No
ano de 1644, o médico John Bulwer10 (1614 – 1684)
foi a primeira pessoa a criar técnicas e recursos de comunicação entre surdos
e ouvintes.
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John
Wallis (1616 – 1703) não acreditava na comunicação através
das mãos, difundia a oralização como única forma correta de comunicação,
entretanto, usava a língua de sinais como instrumento para ensinar os surdos
a falar.
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Em
1680, temos os primeiros estudos desenvolvidos pelo inglês
e intelectual George Dalgarmo (1626 – 1687), que estudou em Oxford, E.U.A., e
seus estudos tinham referências linguísticas da língua de sinais, sendo ele
tutor de um aluno surdo.
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O primeiro professor a ensinar surdos
através da língua de sinais viveu na França, nos meados de 1741, o professor
espanhol Jacob Rodrigues Pereire12
(1715 – 1780). Tais ensinamentos eram estruturados nas normas
linguísticas Francesa.
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Em
1759, Charles Michel L’Epée, (1712 – 1789), foi o
primeiro a estudar e disseminar os estudos gramaticais da Língua de Sinais,
com estruturas semelhantes à gramática da Língua Francesa oralizada.
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Em
1859, enquanto no Brasil já tínhamos nosso primeiro
professor francês ensinando a Língua de Sinais Francesa a brasileiros, Eduard Huet (1822 -1882), nos E.U.A,
os políticos Marace Mann (1796 – 1859) e Samuel Howe (1801 – 1876) perseguiam
toda e qualquer escola na América que utilizava a língua de sinais como forma
de comunicação com os surdos, proibiam e difundiam o não casamento entre
surdos e, com força política, fecharam inúmeras escolas em todo o território
americano, demitindo professores surdos e ouvintes que conheciam a língua de
sinais. Os surdos foram removidos para institutos fechados e isolados com o
propósito de ensinar-lhes a oralização.
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Laura
Redden19 (1840 – 1923), em decorrência da meningite, ficou
surda aos 10 anos de idade, comprometendo assim sensivelmente a fala e a
percepção com o mundo ouvintista, recorreu à França para aprender a Língua de
Sinais Francesa, aprendeu a escrever e retornou aos E.U.A e se lançou como
escritora com o pseudônimo “Howard Glyndon”, atuando no campo da literatura e
do jornalismo.
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A
Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos – FENEIS - foi
fundada em 1987, na cidade do Rio de Janeiro, com o propósito de
reestruturação da antiga e extinta FENEIDA. Em 1997, foi ao ar, televisionada
a inclusão do recurso Closed Caption em que ocorrem simultaneamente à
escrita, na base inferior da tela, e a fala dos locutores. Em 1999, a Feneis
publicou a primeira revista em defesa e difusão do uso e ensino de Libras
como forma de comunicação entre surdos e para com os surdos. Logo o CEAADA –
Centro Educacional ao Atendimento e Assistência ao Deficiente Auditivo “Profª
Arlete Pereira Migueletti” - foi fundado em 2000 sob o decreto de criação
1.138, na cidade de Cuiabá, capital do estado de Mato Grosso, com o propósito
do ensino regular às crianças, jovens e adultos surdos, além de na época
desenvolver trabalhos com a formação de profissionais intérpretes da Língua
Brasileira de Sinais.
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Finalmente a Lei 10.436 de 24 de abril de 2002, sancionada pelo então presidente da república Fernando Henrique Cardoso, reconhece a
Língua Brasileira de Sinais como forma legal de comunicação entre os surdos
no âmbito social e principalmente no espaço escolar, com o apoio legal do
profissional intérprete em sala de aula.
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Fonte: Apostila Básica Libras, autor: Profº Anderson Simão Duarte.