INSTITUTO
FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
CEAD
- CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
CURSO
DE LICENCIATURA EM INFORMÁTICA
ARINDO
SISTON JUNIOR
ATILA
RAPHAEL
PRECONCEITO
RACIAL
CACHOEIRO
DE ITAPEMIRIM
2013
INTRODUÇÃO
Vivemos momentos em que a discussão sobre o
preconceito está mais acentuada, as pessoas estão voltadas para esse assunto
sensibilizadas por fatos ocorridos no dia a dia do país. Discutisse hoje a
questão de cotas raciais nas universidades, a exclusão social dos negros, que
são colocados a margem da sociedade sendo lhes furtado os direitos básicos de
interação e sobrevivência entre os que se dizem da cor branca, os direitos dos
homossexuais e os direitos das minorias, toda nova questão é tratada como algo
de grande importância, e o são dentro da realidade dos conflitos entre camadas
da sociedade que se sentem prejudicadas por violações aos seus direitos.
O preconceito racial deve ser tratado de
forma a criar uma cultura entre os brasileiros no sentido de respeito ao
próprio, bem como mudar no sentido amplo da palavra toda uma tradição
preconceituosa que vem de um passado remoto da nossa existência, o nosso País
não pode mais adiar esse dilema, somos de maioria Afros descendentes, ou seja,
pessoas da raça negra, que buscam dia a dia o seu lugar numa sociedade que
insiste em ser extremamente negligente no que diz respeito aos direitos dos seus
próprios irmãos de raça, raça humana, negando-lhes o acesso a tudo aquilo que
os tire da marginalidade da sociedade produtiva, forçando-os a fazer parte da
mão de obra pesada para que se mantenha o conforto dos ditos “brancos”, o
Brasil não pode mais tratar os seus filhos de forma desigual, e isso será
mudado por nós brasileiros.
O atual Ensaio Acadêmico aborda o assunto de
Preconceito Racial em forma de citações e posterior complemento a esses
pensamentos.
O QUE É PRECONCEITO RACIAL (RACISMO)?
É a convicção da
existência de indivíduos com características superiores a outros pertencentes a
etnias diferentes, é uma ação perversa que leva a discriminação, marginalização
e à violência.
Conforme a Wikipédia,
O racismo é algo antigo no mundo, o mesmo
nasceu na antiguidade como fruto de diferenças de cultura entre os grupos, no
qual o grupo mais organizado e melhor preparado para a guerra vencia e tomava a
força nações inteiras como escravos, esses eram subjugados e várias atrocidades
eram praticadas contra os conquistados com a finalidade de impedir rebeliões, povos
subjugaram outros povos baseados no fato de serem superiores para conseguirem
mão de obra em abundância e escrava, em outros momentos para manter controle
sobre outro grupo, e a pior parte foi o genocídio de povos inteiros com a
justificativa de se controlar uma raça que achavam inferior à deles.
O racismo é uma atitude gerada por um
pensamento de superioridade sobre o povo ou grupo alvo desse ato destrutivo, o
mesmo não tem explicação lógica. Os negros africanos eram vendidos pelos
próprios irmãos de raça quando uma tribo vencia a outra, os vencedores vendiam
os perdedores para os mercadores de escravos de origem européia, eram transladados
em situação precária nos navios negreiros para a América, aqui no Novo Mundo
eram submetidos à escravidão nas fazendas de café, fumo, cacau e gado. Após a
abolição, alguns voltaram a sua terra de origem na África e outros ficaram
habitando no campo nos antigos Quilombos, e uma parcela continuou trabalhando
nas propriedades em uma situação um pouco melhor do que na escravidão e os que
foram para as cidades acabaram sendo obrigados a morar em locais improvisados e
desprovidos de qualquer estrutura para a sua sobrevida digna, esses foram então
marginalizados pela sociedade.
OS INDÍGENAS TAMBÉM
SÃO VÍTIMAS DO RACISMO?
Os indígenas talvez tenham sido a primeira
vítima do racismo no Brasil, pois quando aqui chegaram os primeiros
colonizadores, os mesmos viam os indígenas como um povo a ser evangelizado, daí
começou o trabalho dos Jesuítas, no qual tentaram impor a fé cristã européia
aos nativos do novo mundo, não o conseguindo os Portugueses submeteram os
indígenas à escravidão, mas não lograram sucesso, diferentes dos Negros
africanos os nativos fugiam ou suicidavam-se para se livrar dos maus tratos.
Foi-se avançando sobre a terra dos indígenas e isolando-os em porções de terra
pequenas para sua subsistência, essa expansão era praticada com muita violência
e muitas vezes com o genocídio da raça que ocupavam terras de interesse dos
colonizadores.
O norte do continente, hoje ocupado pelos
Estados Unidos da América e a América Central também teve um desfecho, se não
idêntico até pior para os indígenas do que o nosso, o genocídio de nações
inteiras ocorreu sob a alegação de que não podiam conviver no mesmo local, foi
usada a religião e o pensamento de que os índios assim como os negros não eram
considerados seres humanos plenos, e, portanto eram tratados do jeito que os
invasores queriam sem nenhuma defesa ou lei que os favorecessem.
O PRECONCEITO RACIAL
HOJE
No site “Tudo Sobre Assuntos Populares” diz o seguinte:
“O preconceito racial é uma doença insidiosa moral e social que
afeta os povos e as populações de todo o mundo. É diagnosticada pela
catalogação dos seus vários sintomas e manifestações que incluem o medo, a
intolerância, a separação, a segregação, a discriminação e o ódio. Apesar de
todos estes sintomas de preconceito racial serem manifestados, a única causa
subjacente do preconceito racial é a ignorância. Historicamente, uma raça de
pessoas é definida como uma população com características biológicas distintas.
Enquanto todos os seres humanos pertencem à mesma espécie, Homo
sapiens; as raças se distinguem umas das outras por características como: como
cor e textura do cabelo, cor da pele, cor e formato dos olhos, o tamanho de
partes/membros do corpo e os órgãos faciais. Embora os cientistas tenham
chegado à conclusão de que essas diferenças entre os povos são superficiais e
que a humanidade tem mais características em comum do que diferentes; a própria
humanidade continua a ver os outros de acordo com características que são
percebidas externamente.”
.
O preconceito racial é realmente uma doença e
possui sintomas como citado na citação acima: Medo, intolerância, separação,
segregação, discriminação e ódio, pois se usarmos a religião como base para o
racismo, o mesmo cai por terra, pois em Atos dos Apóstolos no capítulo 17: 26
diz: “De um só fez Ele todos os povos,
para que povoassem toda a terra, tendo determinado os tempos anteriores
estabelecidos e os lugares exatos em que deveriam habitar”.
Se usarmos as diferenças físicas, como
explicado no texto extraído no site, os cientistas já provaram que essas
diferenças são superficiais e a biologia comprova que os seres humanos possuem
diferenças biológicas, somente isso, mas que formam uma só raça, a raça humana.
Se usarmos a cultura como diferencial para a
prática racista, os fundamentos dessa tese também caem por terra, pois a
manifestação cultural está impregnada no nosso dia-a-dia, somos parte da
cultura Afro, o Brasil é um país de maioria de descendentes da raça negra: A
música, as religiões, a comida, as danças, arte marcial (capoeira), costumes e
a alegria desse povo que tanto enriqueceu nossa nação com a sua cultura.
O preconceito racial hoje é algo que trás
muitos prejuízos para os seres humanos, sabemos que herdamos muito dos negros e
dos indígenas, sabemos que em cada brasileiro corre o sangue de uma dessas
raças pelo seu corpo, dificilmente conseguiremos encontrar alguém que não tenha
origem negra ou indígena, então porque existe o preconceito? Como já foi citado,
pelo medo, intolerância, separação, segregação, discriminação e ódio de alguns
que não entendem que a diferença racial só existe na cabeça deles.
O QUE PODEMOS FAZER
PARA MUDAR TUDO ISSO?
“Para
Moura (1994. p. 160), O racismo brasileiro [...] na sua estratégia e nas suas
táticas agem sem demonstrar a sua rigidez, não aparece à luz, ambíguo, meloso,
pegajoso, mas altamente eficiente nos seus objetivos. [...] não podemos ter
democracia racial em um país onde não se tem plena e completa democracia
social, política, econômica, social e cultural. Um país que tem na sua
estrutura social vestígios do sistema escravista, com concentração fundiária e
de rendas maiores do mundo [...], um país no qual a concentração de rendas
exclui total ou parcialmente 80% da sua população da possibilidade de usufruir
um padrão de vida descente; que tem trinta milhões de menores abandonados,
carentes ou criminalizados não pode ser uma democracia racial.”
Conforme detalha Moura uma das formas de se
acabar com o preconceito racial é que se tenha “plena e completa democracia social, política, econômica, social e
cultural”.
Sabemos que a distribuição de renda no Brasil
é uma das piores do mundo, ficamos atrás até de países mais pobres do que o nosso.
Conforme reportagem de Carolina Brígido, O Globo, 23 de julho de 2010, e também
publicado pelo blog: outrapoliticaemsampa em julho 25, 2010.
“O Programa das Nações Unidas para
o Desenvolvimento (Pnud) constatou que a América Latina continua sendo a
mais desigual do planeta. Dos 15 países do mundo nos quais a distância entre
ricos e pobres é maior, 10 estão na região. O Brasil tem o terceiro pior Índice
de Gini do mundo, com 0,56, empatando nessa posição com o
Equador. Concentração de renda pior só é encontrada em Bolívia, Camarões e
Madagascar, com 0,60; seguidos de África do Sul, Haiti e Tailândia, com 0,59. O
relatório considera a renda domiciliar per capita e o último dado disponível em
que era possível a comparação internacional. No caso do Brasil, porém, a desigualdade de renda caiu fortemente nos
últimos anos e, em 2008, o Índice de Gini estava em 0,515. Na
região, os países onde há menos desigualdade são Costa Rica, Argentina,
Venezuela e Uruguai, com Gini inferior a 0,49. Na média, segundo o Pnud, o
Índice de Gini da América Latina e do Caribe é 36% maior que o dos países do
leste asiático e 18% maior que os da África Subsaariana.”
Sabemos também que o acesso à educação no
Brasil é difícil, sendo que faltam investimentos, escolas, professores e uma
política séria dentro dessa área, o ensino fundamental ainda é um luxo para
muitos, o ensino médio algo inalcançável para muitos e o ensino superior é algo
quase impossível para a maioria dos candidatos de baixa renda. Temos algumas
iniciativas como o ENEM, PROUNI e outros incentivos para os estudantes, mas nem
todos conseguem lançar mão desses incentivos.
A educação sim é o melhor meio para combater
o preconceito racial no Brasil nos dias de hoje, pois através dela formaremos
pessoas com novos pensamentos e isso se tornará um ciclo virtuoso na sociedade
brasileira, principalmente entre as vítimas do racismo. Bons estudantes, bons
profissionais, uma maioria esmagadora de pessoas graduadas e ativas no combate
ao racismo fará a diferença que precisamos para vencer esse mal que existe
talvez, há milênios no nosso planeta e há cinco séculos no nosso continente e
no Brasil.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
http://pt.wikipedia.org/wiki/Racismo,
acesso dia 13/04/2013 às 9 horas e 40 minutos.
http://www.allaboutpopularissues.org/portuguese/preconceito-racial.htm
Acesso dia 13/04/2013, às 10 horas e vinte minutos.
http://outrapolitica.wordpress.com/2010/07/25/brasil-tem-terceira-pior-distribuicao-de-renda-do-mundo/
acesso
dia 13/04/2013, às 11 horas e 20 minutos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário