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terça-feira, 25 de junho de 2013

RESENHA: A gaiola de chips: Apontamentos sobre tecnologia, sociabilidade e cultura na sociedade da informação.



O texto de Marco Antônio de Almeida analisa a questão das relações entre tecnologia, sociabilidade e cultura. A racionalidade passou a nortear a estrutura social e as ações humanas aprisionando-os numa “gaiola de ferro”.
Tecemos reflexões acerca de concepções que vem se formando nas relações sociais constituídas pelas novas redes tecnológicas de comunicação e de informação, não há intenção no texto de abordar questões complexas das novas tecnologias.
No renascimento origina-se uma grande revolução técnica, que irá se caracterizar inicialmente pela substituição dos artesãos pelos engenheiros, utilizando-se de informação impressa e desenhos técnicos para transmitir conhecimentos.
Nos tempos atuais a eletrônica se desenvolve, de fato, no mundo das técnicas de comunicação, sendo o primórdio da informática, é importante destacar os avanços tecnológicos alcançados durante e após a “2º Grande Guerra Mundial”. Houve a formação de redes de comunicação, utilizando-se a telefonia como principal meio.
No período da “Guerra Fria” desenvolve-se a primeira rede de informática em escala nacional nos Estados Unidos da América, no âmbito universitário e militar é criada a ancestral da Internet.
A nova economia traz o computador como meio de desenvolvimento tecnológico, tecendo uma rede de informação em proveito do capitalismo e como centro disso tudo, vem o usuário. A diferença tecnológica nos países ricos diminui, mas nos países de “terceiro mundo” ela ainda existe.
É gerado certo pânico em torno da substituição da mão de obra pelos meios informatizados.
As inovações tecnológicas provocam uma cisão brutal na força - de - trabalho, separando um pequeno contingente, altamente qualificado e valorizado, das grandes massas pouco qualificadas que lutam com péssimas condições de trabalho e/ou desemprego.
Assistimos hoje, graças aos processos de globalização e às novas tecnologias, transformações nos modos de vida tradicionais. As pessoas são desencaixadas de seus papeis tradicionais e passam a conviver com uma sociedade de risco, aceitando o conforto da tecnologia mesmo que não as entendam.
As facilidades de conectar-se proporcionadas pelas novas tecnologias geram uma segurança duvidosa, permeada tanto pelo desejo de agregar-se como pelo desejo de isolar-se.
O melhor retrato da facilidade de conexão proporcionada pelas novas tecnologias é a disseminação do uso de telefones celulares. Gerando o desejo de “estar próximo”, e a possibilidade de trocar mensagens de texto, fotografar e enviar imagens cria novos usos sociais e culturais.
Tudo isso poderia gerar um imenso abismo tecnológico entre o primeiro mundo e os países pobres, mas contrariando esse pensamento os países pobres têm lançado mão de tecnologia na área de comunicação e informática.
O texto tentou desmistificar certas visões deterministas da tecnologia, sendo essa não um meio de salvação da humanidade e tampouco um mal eminente, foram discutidos assuntos de grande importância nessa área e colocado às dificuldades ao acesso a desenvolvimentos científicos por parte dos países mais pobres, que ao reagirem mostraram criatividade e vontade de alcançar conhecimento e se comunicar uns com os outros.
De forma determinada e clara o texto deve ser apreciado como uma referência às diferenças tecnológicas abordando assuntos de extrema importância e com equilíbrio e sobriedade suficiente para torná-lo uma boa e instrutiva leitura. Baseado em outras fontes de informação e sintetizando o mais importante encontramos uma leitura clara, agradável e esclarecedora.

ALMEIDA, Marco Antônio de - Doutor em Ciências Sociais pela Universidade de Campinas (UNICAMP) Professor do Curso de Ciências da Informação e Documentação da Universidade de São Paulo (USP) e da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto E-mail: marcoaa@ffclrp.usp.b

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