O texto de Marco Antônio de Almeida
analisa a questão das relações entre tecnologia, sociabilidade e cultura. A
racionalidade passou a nortear a estrutura social e as ações humanas
aprisionando-os numa “gaiola de ferro”.
Tecemos reflexões acerca de concepções
que vem se formando nas relações sociais constituídas pelas novas redes
tecnológicas de comunicação e de informação, não há intenção no texto de
abordar questões complexas das novas tecnologias.
No renascimento origina-se uma grande
revolução técnica, que irá se caracterizar inicialmente pela substituição dos
artesãos pelos engenheiros, utilizando-se de informação impressa e desenhos
técnicos para transmitir conhecimentos.
Nos tempos atuais a eletrônica se
desenvolve, de fato, no mundo das técnicas de comunicação, sendo o primórdio da
informática, é importante destacar os avanços tecnológicos alcançados durante e
após a “2º Grande Guerra Mundial”. Houve a formação de redes de comunicação,
utilizando-se a telefonia como principal meio.
No período da “Guerra Fria”
desenvolve-se a primeira rede de informática em escala nacional nos Estados
Unidos da América, no âmbito universitário e militar é criada a ancestral da
Internet.
A nova economia traz o computador como
meio de desenvolvimento tecnológico, tecendo uma rede de informação em proveito
do capitalismo e como centro disso tudo, vem o usuário. A diferença tecnológica
nos países ricos diminui, mas nos países de “terceiro mundo” ela ainda existe.
É gerado certo pânico em torno da
substituição da mão de obra pelos meios informatizados.
As inovações tecnológicas provocam uma
cisão brutal na força - de - trabalho, separando um pequeno contingente, altamente
qualificado e valorizado, das grandes massas pouco qualificadas que lutam com
péssimas condições de trabalho e/ou desemprego.
Assistimos hoje, graças aos processos de
globalização e às novas tecnologias, transformações nos modos de vida
tradicionais. As pessoas são desencaixadas de seus papeis tradicionais e passam
a conviver com uma sociedade de risco, aceitando o conforto da tecnologia mesmo
que não as entendam.
As facilidades de conectar-se
proporcionadas pelas novas tecnologias geram uma segurança duvidosa, permeada
tanto pelo desejo de agregar-se como pelo desejo de isolar-se.
O melhor retrato da facilidade de
conexão proporcionada pelas novas tecnologias é a disseminação do uso de
telefones celulares. Gerando o desejo de “estar próximo”, e a possibilidade de
trocar mensagens de texto, fotografar e enviar imagens cria novos usos sociais
e culturais.
Tudo isso poderia gerar um imenso abismo
tecnológico entre o primeiro mundo e os países pobres, mas contrariando esse
pensamento os países pobres têm lançado mão de tecnologia na área de
comunicação e informática.
O texto tentou desmistificar certas
visões deterministas da tecnologia, sendo essa não um meio de salvação da
humanidade e tampouco um mal eminente, foram discutidos assuntos de grande
importância nessa área e colocado às dificuldades ao acesso a desenvolvimentos
científicos por parte dos países mais pobres, que ao reagirem mostraram
criatividade e vontade de alcançar conhecimento e se comunicar uns com os
outros.
De forma determinada e clara o texto
deve ser apreciado como uma referência às diferenças tecnológicas abordando
assuntos de extrema importância e com equilíbrio e sobriedade suficiente para
torná-lo uma boa e instrutiva leitura. Baseado em outras fontes de informação e
sintetizando o mais importante encontramos uma leitura clara, agradável e
esclarecedora.
ALMEIDA, Marco Antônio
de - Doutor
em Ciências Sociais pela Universidade de Campinas (UNICAMP) Professor do Curso
de Ciências da Informação e Documentação da Universidade de São Paulo (USP) e
da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto E-mail: marcoaa@ffclrp.usp.b
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